Introdução
Correntes de ar, pó a entrar, ruído a mais e contas de energia a subir? Muitas vezes é só vedante cansado. Neste guia explico, de forma prática, como diagnosticar, escolher e instalar vedantes em portas e janelas para eliminar infiltrações, sem dramas nem retornos. Vai ver exactamente o que fazer, porquê fazer e como entregar um resultado limpo e durável. E sim, dá para transformar uma visita em proposta assinada no mesmo dia se captar bem os dados em obra.
Índice
Principais Aprendizagens
- As folgas certas resolvem 80% dos problemas: em geral, mira 2–3 mm em batentes e menos de 6 mm no vão inferior da porta (ideal 3 mm com varredoura).
- Corrigir estrutura antes de colar vedantes evita esmagamentos e fechos a prender; um calço de 1–2 mm numa dobradiça pode alinhar a folha.
- Muitos fabricantes indicam colagem acima de 10 °C e com a superfície pelo menos 3 °C acima do ponto de orvalho para aderência consistente.
- Uma equipa de 2 técnicos costuma trocar vedantes num T3 em 4–6 horas, incluindo testes finais e limpeza.
- Vedantes tipo “bulb” trabalham melhor com compressão moderada, tipicamente perto de um terço da altura do perfil (sem esmagar).
Diagnóstico Rápido: Quando Trocar Vedantes
Problema
- Portas/janelas fecham mas entra ar, luz ou pó.
- O cliente queixa-se de ruído e cheiro a rua, sobretudo com vento.
- Vedantes ressequidos, achatados ou a descolar.
Solução
- Teste da folha A4: prenda uma folha no fecho; se sair sem resistência, a folga está excessiva.
- Teste de luz: à noite, passe uma lanterna pelo perímetro; se vir luz, há caminho para o ar.
- Fumo (lápis de fumo ou incenso): sopros visíveis indicam pontos fracos.
Exemplo
- Numa porta de entrada com “corta-vento”, luz no canto superior de fecho e papel que sai solto no meio: substituí vedante e calcei a dobradiça superior 1 mm. Folga ficou homogénea e o fecho passou a trabalhar suave.
As 11 Boas Práticas Que Funcionam
1. Medir Folgas em 6 Pontos Antes de Decidir
- Meça topo, meio e base, lado dobradiça e lado fecho.
- Em geral, uma folga alvo de 2–3 mm em batente dá compressão suficiente sem forçar ferragens.
- Registe medidas e zonas com luz visível (foto ajuda).
2. Escolher o Perfil Certo Para Cada Caso
- Portas de batente: vedante tipo “bulb”/EPDM encaixe (kerf-in) ou adesivo de qualidade.
- Portas inferiores: varredoura ajustável ou “drop seal” para interiores.
- Janelas de correr: escovas de nylon dupla densidade; evite borracha que cria atrito.
- Exterior exposto: materiais com resistência UV (EPDM/silicone) duram mais que espumas baratas.
3. Preparar Superfícies: Limpar, Secar, Criar Aderência
- Retire resíduos antigos, desengordure (álcool isopropílico ou equivalente) e faça abrasão leve se houver tinta brilhante.
- Muitos fabricantes pedem aplicação acima de 10 °C e superfície pelo menos 3 °C acima do ponto de orvalho para evitar condensação invisível.
- Faça um teste de aderência numa tira pequena antes do perímetro todo.
4. Corrigir a Estrutura Antes do Vedante
- Dobradiças: calços de 1–2 mm podem alinhar a folha e eliminar cunhas de luz.
- Fecho: ajuste o “strike” para garantir encosto uniforme.
- Só depois escolha a espessura do vedante; não tente corrigir empenos com vedante grosso.
5. Cortes e Cantos: Continuidade Sem Folgas
- Corte em esquadria (45°) nos cantos superiores para continuidade estanca.
- Juntas verticais: mantenha o bulbo contínuo; sem “escadas” ou degraus entre troços.
- Pressão certa: o bulbo deve mostrar compressão visível mas não “esmigalhar”. Em geral, trabalhe perto de um terço da altura do perfil.
6. Vedação Inferior da Porta: Ajuste Fino Importa
- Defina o gap alvo: menos de 6 mm; ideal próximo de 3 mm quando usa varredoura ajustável.
- Se o pavimento é irregular, prefira varredoura com múltiplos pontos de ajuste.
- Em portas interiores acústicas, “drop seals” dão melhor isolamento e fricção zero ao abrir.
7. Janelas de Batente: Selar Sem Bloquear Drenagens
- Nunca obstrua furos de drenagem do caixilho.
- Use perfis finos nas zonas de fricção para não “roubar” curso ao fecho.
- Verifique encostos do cremone; ajuste antes de colar o vedante definitivo.
8. Janelas de Correr: Escova Certa e Guia Alinhada
- Troque escovas gastas por dupla densidade com altura compatível.
- Ajuste roldanas para que a folha corra nivelada; folga lateral típica 1–2 mm.
- Teste o fecho: deve engatar sem esforço extra após a troca.
9. Ensaios de Qualidade: Fumo, Luz e Temperatura
- Aguarde alguns minutos após montagem e faça teste de fumo em todo o perímetro.
- Teste de luz noturna confirma continuidade do encosto.
- Um termómetro infravermelho ajuda a ver “linhas frias” que denunciam passagem de ar.
10. Manutenção: Lubrificar e Calendariar Substituições
- Aplique spray de silicone leve no vedante 1–2 vezes/ano para reduzir atrito e ruído.
- Em uso intensivo, é comum vedantes perderem elasticidade em 2–4 anos; registe a data da intervenção.
- Informe o cliente sobre limpeza: pano húmido, sem solventes agressivos.
11. Documentar e Propor Sem Atrasos
- Fotografe antes/depois, anote perfis usados e medidas-chave.
- Transforme notas de campo numa proposta clara com próximos passos e garantia.
- Com o Donizo, dite medições e zonas críticas (voz, texto e fotos), gere o PDF e envie para assinatura eletrónica; após aceitação, converta em fatura sem reescrever dados.
Problema
- Cliente num T3 com porta de entrada a deixar passar cheiro do hall e janelas de correr com pó.
Solução
- Porta: calço de 1 mm na dobradiça superior, vedante EPDM “bulb” kerf-in, varredoura ajustável (gap final ~3 mm).
- Janelas: troca de escovas dupla densidade, ajuste de roldanas e limpeza de guias.
- Ensaios: fumo sem desvios, luz bloqueada no perímetro; sem impacto no curso dos fechos.
Resultado
- Intervenção total em 5 horas (2 técnicos), casa limpa e cliente satisfeito no mesmo dia. Proposta ditada em obra e enviada via Donizo; assinatura eletrónica imediata e fatura gerada após aceitação.
Erros Comuns e Como Evitar
- Compensar empenos com vedante grosso: corrige ferragens e esquadro primeiro.
- Colar com frio/condensação: respeita 10 °C+ e 3 °C acima do ponto de orvalho para colagem consistente.
- Esmagar o bulbo: compressão moderada; se custa fechar, algo está desalinhado.
- Tapar drenagens de janelas: nunca; água precisa sair.
- Esquecer o vão inferior: grande parte do ar entra por baixo; trata esse ponto com igual atenção.
Perguntas Frequentes
Quanto devo comprimir um vedante tipo “bulb”?
Procure compressão visível sem esforço excessivo no fecho. Em geral, trabalhar perto de um terço da altura do perfil dá estanqueidade sem esmagar. Confirme sempre a ficha técnica do fabricante.
Primeiro alinhe: calços nas dobradiças (1–2 mm conforme necessidade) e ajuste do “strike”. Só depois escolha um vedante que trabalhe com a nova folga. Tentar “compensar” com vedante grosso gera fechos duros e desgaste precoce.
Adesivo ou encaixe (kerf-in): o que dura mais?
Em batentes compatíveis, o kerf-in EPDM costuma durar mais e facilita trocas futuras. Em batentes antigos sem ranhura, adesivos de qualidade funcionam bem se preparar e limpar a superfície e aplicar em condições térmicas corretas.
Em janelas de correr, uso escova ou borracha?
Escova de dupla densidade é a escolha comum: sela, reduz ruído e mantém baixo atrito. Borrachas tendem a travar o curso e desgastar-se nas guias.
Fotografe folgas, pontos de luz e perfis propostos. No Donizo, grave por voz as medidas e locais, gere a proposta em PDF e envie para assinatura eletrónica. Após aceitação, converta em fatura num clique e acompanhe o pagamento no mesmo fluxo.
Conclusão
Vedantes bem escolhidos e instalados eliminam correntes de ar, silêncio as divisões e reduzem callbacks. Foque-se nas folgas certas, na preparação e em ensaios simples de qualidade. Capture as medições e fotos em obra e transforme isso numa proposta clara: com o Donizo, dita, envia, obtém assinatura eletrónica e, com a aceitação, emite a fatura sem voltar a escrever nada. Menos papelada, mais obra bem feita.