Corta-Fogo Residencial: Guia Prático 2025
Executar selagens corta-fogo que passam em inspeção. Normas, sistemas, custos e documentação em 2025 — com exemplos práticos e checklists.

Introdução
Selagens corta-fogo mal executadas são uma das principais causas de reprovação em inspeções e sinistros em habitação. Em 2025, clientes, seguradoras e autoridades exigem evidências claras de conformidade. Este guia mostra o que deve ser feito, porquê é crítico para segurança e seguro, e como executar, documentar e orçamentar selagens que passam à primeira — com exemplos reais e dados de custo/tempo. No fim, verá como usar a captura por voz, texto e fotos para transformar vistorias em propostas claras e assinadas rapidamente.
Índice
- Principais Conclusões
- Por Que As Penetrações Matam A Resistência Ao Fogo
- Selecionar O Sistema Certo Para Cada Passagem
- Execução Que Passa Em Inspeção
- Controlo De Qualidade E Documentação
- Orçamentação E Margens Sem Surpresas
- Perguntas Frequentes
- Conclusão
Principais Conclusões
- Falhas em penetrações técnicas representam o problema n.º 1 em compartimentação: relatórios europeus apontam não conformidades em 42% das inspeções residenciais (2024).
- Mais de 50% das vítimas em incêndios domésticos sucumbem à inalação de fumo; selagens corretas limitam a passagem de fumo quente entre fogos e shafts.
- Remediação pós-obra custa em média €800–€2.500 por fração e atrasa a entrega 2–7 dias; acertar à primeira reduz custos e conflitos.
- Uma selagem certificada demora tipicamente 20–45 minutos por passagem; planeamento por tipologia evita perdas de 15–25% em produtividade.
- Propostas com fotos e descrição técnica clara reduzem objeções de clientes e aprovações demoram menos 48–72 horas quando enviadas com assinatura digital.
Por Que As Penetrações Matam A Resistência Ao Fogo
O Problema
Sempre que atravessa uma parede ou laje EI 30/60/90 com cabos, tubagens ou redes, cria um caminho de fumo e chama. Segundo inspeções na UE (2023–2024), 4 em cada 10 edifícios multifamiliares apresentaram selagens não compatíveis com o ensaio de origem. Espumas genéricas, flanges improvisadas e folgas não tratadas anulam a classe EI do elemento.
A Solução
Usar sistemas ensaiados conforme EN 1366-3 (selagens de penetrações) e EN 1366-4 (juntas lineares), com classificação EI equivalente ao elemento. Verificar ETA/EAD, DoP (Declaração de Desempenho, CPR 305/2011) e limites de aplicação: tipo de suporte, diâmetro, densidade de lã mineral, espessuras e folgas máximas. Em Portugal, cumprir o regime SCIE (Decreto‑Lei 220/2008 e Portaria 1532/2008, com alterações).
Detalhes Críticos
- Cabos: usar massas/mástiques intumescentes e lã mineral (densidade 40–80 kg/m3) com EI ≥ do elemento.
- Tubos combustíveis (PVC/PE/PEX): colares ou wraps intumescentes dimensionados por diâmetro e parede.
- Juntas: sistemas de junta com mástique intumescente e backing apropriado, conforme ensaio.
Exemplo
Edifício T2, shaft de instalações: 18 passagens mistas (PVC 75–110 mm, multicamada 20–32 mm, feixe de cabos). Aplicado colar EI120 nos tubos PVC, wraps em multicamada e mástique grafitado com lã mineral nos cabos. Resultado: inspeção aprovada à primeira; tempo médio de 32 minutos por passagem, menos 22% face a obras anteriores, e zero retrabalhos.
Selecionar O Sistema Certo Para Cada Passagem
O Problema
Escolhas por hábito (espuma colorida, selante genérico) geram reprovação porque o sistema não corresponde ao cenário ensaiado: outro substrato, folga maior, diâmetro diferente. Resultado: falha em ensaio de origem e risco real em fogo.
A Solução
Mapear tipologias por obra e pré-definir o sistema ensaiado para cada uma. Confirmar: EI exigido, tipo de tubo (combustível/metal), diâmetro, folga anular, espessura da parede/laje, suporte (betão, alvenaria, gesso cartonado). Exigir ficha técnica, ETA e DoP do produto.
Guia Rápido Por Tipologia
- Feixe de cabos pequeno: lã mineral + mástique/composto intumescente.
- Tubo PVC 50–160 mm: colar intumescente externo do diâmetro exato.
- Tubo multicamada 16–32 mm: wrap/manga intumescente no interior da abertura.
- Tubo metálico com isolamento: solução mista (manta + mástique) conforme ETA.
- Juntas entre elementos: sistema de junta linear ensaiado.
Exemplo
Moradia em banda, parede corta-fogo EI60 com tubo PVC 110 mm. Antes: espuma PU “ignífuga” (não ensaiada para penetrações). Depois: colar EI120 certificado, fixo com parafusos em ancoragens metálicas. Custo material: €68; mão de obra: 25 minutos. Inspeção municipal: conforme.
Execução Que Passa Em Inspeção
O Problema
Falhas recorrentes: superfícies sujas, folgas fora de tolerância, lã mineral errada, espessuras insuficientes, ausência de etiqueta de identificação e registo fotográfico. Isto leva a não conformidades e retrabalho caro.
A Solução
Padronizar a execução em 5 passos, com controlo visual e registo.
Passo a Passo
- Preparar o substrato: aspirar poeiras, remover restos de argamassa/PU, verificar humidade superficial.
- Medir folga anular: ajustar com lã mineral (dens. 40–80 kg/m3) sem compactar em excesso.
- Aplicar o sistema conforme ETA: espessura, cordões e profundidade indicadas; fixar colares com a ancoragem correta.
- Acabamento e limpeza: sem vazios, sem fissuras; respeitar tempos de cura.
- Etiquetar e fotografar: identificar sistema, data, instalador e EI atingida.
Exemplo
Reabilitação de prédio antigo, 24 selagens mistas em laje de betão. Implementado checklist em frente de obra e dupla fotografia (antes/depois). Resultado: zero não conformidades; produtividade média de 21 selagens/dia com equipa de 2 operários, melhoria de 18% face à semana anterior.
Controlo De Qualidade E Documentação
O Problema
Sem dossier fotográfico e referência à ETA/DoP, seguradoras e fiscalização podem exigir abertura de tetos/caixas para verificação. Cada abertura adicional custa tempo e margem.
A Solução
Criar “passaportes” de selagem: por passagem, anexar fotos, descrição do sistema, EI, localização e número da ETA/DoP. Armazenar e partilhar com o dono de obra.
Boas Práticas De 2025
- Fotos com medida à escala (régua/etiqueta), antes e depois.
- Planta ou croqui simples com referências de eixo.
- Lista de materiais com lote/DoP.
- Etiqueta visível próxima da passagem.
Exemplo Com Ferramenta Digital
Equipa capta voz, texto e fotos no local e transforma isso em proposta detalhada com descrição das tipologias e EI alvo. Envio ao cliente por email com portal e pedido de assinatura digital. Aceite, o trabalho executa; ao fim, anexam o mini‑relatório com fotos e convertam a proposta em fatura. Resultado típico: redução de 2–3 horas/semana em burocracia e aprovações 48–72 horas mais rápidas quando o cliente recebe tudo claro e assina digitalmente.
Saiba que o Donizo permite captar por voz, texto e imagem e gerar propostas de imediato, enviar PDF com acesso a portal do cliente e recolher e‑signature. Propostas aceites convertem-se em faturas num clique, com acompanhamento de pagamentos nos planos pagos.
Orçamentação E Margens Sem Surpresas
O Problema
Erros de medição e de tipologia fazem explodir o custo unitário. Sem referência de preços por cenário e sem explicar o porquê técnico ao cliente, a aprovação atrasa.
A Solução
Orçamentar por tipologia de passagem e junta, com preços unitários e notas técnicas. Incluir EI alvo, sistema e limitações. Adicionar 10–15% de contingência para passagens ocultas em reabilitações.
Tabela De Referência (Valores Indicativos 2025)
| Situação | Sistema | Quando Usar | EI Típico | Custo Médio |
|---|---|---|---|---|
| Feixe de cabos pequeno | Lã mineral + mástique intumescente | Cabos até feixe 50–100 mm | EI60 | €25–€60 por passagem |
| Tubo PVC 50–110 mm | Colar intumescente | Tubo combustível | EI60–EI120 | €45–€120 por passagem |
| Multicamada 16–32 mm | Wrap/manga intumescente | Tubo combust. pequeno | EI60 | €15–€40 por passagem |
| Junta linear < 25 mm | Mástique + backing | Juntas parede/laje | EI60 | €10–€25 por metro |
| Abertura grande temporária | Almofadas corta-fogo | Acessos de manutenção | EI60 | €70–€150 por abertura |
Valores podem variar por marca, espessura, acessibilidade e altura de trabalho. Em média, cada passagem certificada leva 20–45 minutos. Obras que padronizam tipologias reportam redução de 15–25% no tempo total de execução.
Exemplo
Empreiteiro M. numa reabilitação com 56 passagens: proposta enviada com fotos e quadro por tipologia. Cliente aprovou €7.850 em 48 horas. Execução em 2 dias e meio; faturação convertida num clique após aceitação. Resultado: 3,2 horas poupadas em administrativo e zero pedidos de esclarecimento do cliente.
Perguntas Frequentes
Espuma PU “ignífuga” serve como corta-fogo?
Não. A maioria das espumas PU “resistentes ao fogo” não é um sistema de selagem de penetrações ensaiado segundo EN 1366-3. Só use produtos com ETA/EAD e DoP que cubram o cenário exato (diâmetro, substrato, folga, tipo de serviço) e alcancem a classe EI requerida.
Preciso de EI60 em moradias unifamiliares?
Depende do elemento e da categoria de risco. Em Portugal, aplica-se o regime SCIE (Decreto‑Lei 220/2008 e Portaria 1532/2008, com alterações). Paredes entre fogos e garagens costumam exigir EI30–EI60; edifícios multifamiliares frequentemente EI60 ou superior em shafts. Consulte projeto e memória descritiva.
Quais as folgas máximas à volta do tubo/cabos?
Variam por sistema. Muitos ETA limitam a folga anular a 25 mm para soluções com lã mineral + mástique, ou especificam wraps/colas distintas. Exceder a folga exige bucha de enchimento, manga ou caixa ensaiada. Verifique sempre a ficha/ETA.
Como devo documentar para o seguro e fiscalização?
Crie um dossiê com: fotos antes/depois com escala; etiqueta na passagem (sistema, EI, data); planta/croqui com localização; fichas técnicas, ETA e DoP, e lista de lotes. Isto reduz reaberturas e acelera vistorias.
Quando usar colar e quando wrap/manga?
Regra prática: tubos combustíveis médios/grandes (PVC 50–160 mm) pedem colar; diâmetros pequenos (16–32 mm) e locais sem espaço externo podem pedir wrap/manga no interior. Siga sempre o cenário ensaiado do fabricante.
Conclusão
Selagens corta-fogo bem escolhidas, executadas e documentadas protegem vidas, património e margens. Em 2025, quem padroniza tipologias, usa sistemas com ETA/DoP e entrega dossiês fotográficos reduz retrabalho, falhas em inspeção e acelera pagamentos. Capture no local por voz, texto e fotos e transforme isso numa proposta clara com o Donizo. Envie PDF com acesso ao portal do cliente, recolha assinatura digital e, ao ser aceite, converta em fatura e acompanhe pagamentos — tudo para fechar mais depressa e com menos papelada.





